Essa é uma reflexão sobre o tema Natal e o modo em que tratamos essa comemoração ou festividade, enquanto empresários e mesmo cidadãos. 

Natal significa sobretudo, amor, e todos os sentimentos positivos que decorrem dessa força poderosa. Dessa forma, essa é uma data comemorativa que poderia, e deveria, ser usada como alavanca de gestão reavivando valores importantes como a bondade, a honestidade, o respeito e o amor ao próximo, entre tantos outros. 

Lamentavelmente com o passar dos anos o espírito natalino foi suprimido por uma onda de verdadeiro culto ao consumismo e causas fúteis, além de mistura e confusão de conceitos. 

De acordo com estatística apresentada pelo IBGE, cerca de 87% da população brasileira professa alguma fé cristã, com evidente predominância do Catolicismo. Já em Joinville, esse mesmo indicador sobe para algo ao redor de 95%. Ou seja, a grande maioria da população de Joinville afirma acreditar, a seu modo, no cristianismo e no nascimento de Jesus, principal objeto do Natal.

Afirma-se que as empresas devem ser “laicas”, o que pode até ser correto no que concerne a organização, a entidade chamada empresa. Ao mesmo tempo afirma-se com veemência que as pessoas são o maior patrimônio da empresa, e que são as pessoas o diferencial competitivo, etc.

Bem, é algo quase que impossível dissociar a fé, as crenças e valores das pessoas quando no ambiente ou horário de trabalho, mesmo a organização afirmando ser laica. O que nos coloca diante de um paradoxo ou incompatibilidade que se deve considerar e tratar.

Natal é um fato histórico, é um marco da humanidade, independente de religião ou nível espiritual de cada um. É inegável o peso e influência desse evento no mundo, especialmente no Ocidente. O Natal se remete ao livro mais lido e à religião mais amplamente difundida, crida e seguida mundialmente. Fora do ponto de vista religioso e espiritual, o evento Natal é em suma a comemoração pelo nascimento do “fundador” da maior religião do mundo.

Portanto, o Natal é uma verdade para a grande maioria de nós, dos nossos funcionários, fornecedores e parceiros. Isso não é apenas sentimento, mas a estatística mostra claramente que mais de noventa por cento do nosso povo joinvilense acredita, venera ou adora o Natal. Fato esse que de modo algum pode ser ignorado ou feito “pouco caso”. 

Um ponto em evidência atualmente é a escolha de muitas empresas em utilizar figuras mitológicas e fantasiosas como tema de Natal em suas campanhas. O que parece ser algo “bacaninha” ou até inovador, é no mínimo um insulto à inteligência, à coerência, e ao bom gosto, para aqueles que acreditam no Natal. Muitos desses personagens nada têm a ver com o verdadeiro significado do Natal. Qualquer criança pequena deveria saber que duendes e renas voadoras não existem e que são frutos de fantasia e imaginação. E que papai Noel, apesar de provavelmente ter sido inspirado no sr. Nicolau (bispo de bom coração que fazia muitas caridades, nascido em 280 d.C.), nada, NADA tem a ver com o Natal, do nascimento de Jesus.

E no contexto empresarial certamente é possível aproveitar bem mais essa época do ano para explorar outros valores, muito mais ligados ao verdadeiro Natal. Fora do âmbito religioso ou espiritual existem pontos muito fortes que conferem com valores e virtudes que queremos em nossas empresas e sociedade. O ambiente de trabalho poderá ser fortemente melhorado ao se utilizar esse evento de modo mais estratégico e planejado. Um pequeno exemplo é a possibilidade de se reforçar o espírito de união, de ajuda mútua e solidariedade, e fortalecer em nossas equipes sentimentos como bondade e por que não dizer, amor e felicidade. 

Que essa ponderação e reflexão venham apenas a somar e abrir novas possibilidades, para tornar nossos ambientes de trabalho e nossas vidas no cotidiano ainda melhores. 

Que você, caro amigo e leitor, junto dos seus, tenhas um ótimo e verdadeiro Natal, repleto de carinho, amor, respeito, saúde e paz. E que Jesus Cristo, único e verdadeiro objeto dessa comemoração, possa morar em seu coração e tornar sua vida muito mais feliz. 

Um grande abraço. 

Fabiano Dell Agnolo
www.domuspetra.com.br